quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Crise Vocacional


O que você quer ser quando crescer?

Atriz, médico, bailarina, astronauta, bombeiro, músico, engenheiro, desenhista, repórter,juíz, jogador de futebol, igual à mamãe, igual ao papai. São tantas as respostas, tantos os sonhos que vamos crescendo e as idéias vão mudando. Descobrimos profissões antes desconhecidas do nosso universo infantil. Desconstruímos modelos, construímos ideais e a pergunta continua pairando no ar: o que você quer ser quando crescer?
Dinheiro, realização, sucesso, qualidade de vida, tudo isso pesa na decisão que vem cedo, demasiadamente cedo.
Aos 5 tudo é brincadeira. Aos 10 sonhamos alto. Aos 15 começamos a nos preocupar. Aos 20 já devemos ter decidido. Opa! Peraí! Aos 20?? E eu aqui aos 25, como fico?
Então vou parar de escrever na primeira pessoa do plural e passar para o singular. Sim, eu Juliana Lessa.
Aos 5 eu nem me lembro que resposta eu dava à esta pergunta. Aos 10 fui fazer ballet, mas nunca tive a pretenção de ser profissional. Aos 12 fui fazer curso de teatro e tv, queria ser atriz. Aos 15 voltei para a dança, pensei em dar aula ou seguir na linha do conteporâneo. Aos 17 eu olhava as listas de cursos da universidades e não conseguia ver minha cara em nenhum deles. Desde os 13 escrevia poesia, o que não me qualificava para jornalista ou escritora. Aos 18 fui fazer cursinho, decidida a entrar para Produção Cultural, mas eram só 25 vagas. Aos 19 comecei Comunicação e fugi com medo do mercado. Aos 20 fui para o Turismo (esse sim deveria me dar medo do mercado!) e aos 21, enquanto cursava Turismo fui fazer curso de Comissária, aeromoça ou seja lá que nome queira dar.
Aqui estou eu, aos 25: Turismóloga por formação, Comissária de Vôo por profissão e perdida por vocação. Vir voar do outro lado do mundo foi bom, serviu de muito aprendizado cultural, emocional e pessoal. Profissional, deixou a desejar. Agora é hora de dar um novo começo a essa história de profissão, um começo definitivo (se é que existe tal coisa) ou pelo menos aquele que será o acerto por muitos anos.
Cá estou aos 25 anos de idade, ouvindo incensantemente aquela velha idagação:
O que você quer ser quando crescer?
Eu cresci! E agora?

4 comentários:

  1. ... e agora é hora de estabelecer novas metas, e você sabe bem fazer isso... A felicidade tem que ser o carro chefe dessa escolha! Sei que nesse nosso mundão as opções são muitas, mas você certamente encontrará aquela que melhor te realizará. Que São José te inspire e que Deus te abençoe hoje e sempre! Te amo muitão do Universo!!!!!!!!!

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  2. Shiiiiiiiiii, amiga! Sei bem o que é isso...
    Beijos,
    bella

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  3. Jú, será mesmo que a gente tem que fazer só uma coisa pro resto da vida? Ou ainda, que devemos "acertar" algo por muitos anos? É exigir demais...
    Pensa que talvez as coisas não sejam exatamente como nós queremos, mas imagina se você tivesse ficado aqui atrás de uma mesa de 8 às 5, por exemplo, fazendo algo não tão legal, mas estável... de repente você não teria a oportunidade de ter nenhum desses pensamentos...

    Boa sorte!
    Bjinhos

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  4. Querida, pessoas curiosas querem ser TUDO! Eu sei bem o que é isso. E ao mesmo tempo em que conseguimos ser "alguma coisa" não somos NADA tb. Dá pra entender essa loucura?? O sistema não pode parar, por isso a necessidade de recrutar (daí essa exigência da ESCOLHA da profissão) cedo profissionais para o mercado de trabalho. É prima, já diziam os Titãs... "Capitalismo selvagem!"
    Mas como somos pessoas criativas e autênticas cavamos um caminho. Podes crer que você tem inteligência de sobra pra trilhar um caminho pleno no meio dessa confusão toda de exigências e mais exigências. Quebre as regras! Por que temos saber a profissão tão cedo?
    Bjs!

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